HISTORIA DE SEREIA
Raimundo de Assis Holanda
O verde mar não estava bravio. A paz reinava naquele oceano, pois o branco das ondas dava o tom de harmonia ali reinante.
Ao longe, na risca, avistavam-se quatro mastros em cujas pontas estavam içadas as brancas velas de algodãozinho, confeccionadas a duas mãos calejadas dos bravos pescadores.
Três jangadas singravam em direção à praia, onde todos aguardávamos ansiosos para comprarmos o peixe do almoço.
A pescaria foi abundante. Havia pargos, cavalas, dentão, guaiúba, até uma moréia, a cobra do mar. Levávamos para casa uma embiricica de peixes.
De repente, Zacarias, nosso contador de histórias, olhou para trás e percebeu que a última embarcação aproximava-se da praia muito vagarosamente. No semblante do contador, um olhar interrogativo. Deixamos nosso companheiro para trás, pois fôramos sorteados para prepararmos a peixada.
Zacarias mirou bem aquela jangada e, pelo seu olhar binocular, percebeu que algo de anormal estava acontecendo dentro daquela pequenina embarcação.
Naquele barco, dos seus tripulantes, que eram quatro, apenas três retornaram à praia, amarrados ao mastro da jangada.
Zeca, um dos quatro, contou a seguinte história a Zacarias:
- Descemos a âncora, a fim de que realizássemos nossa pescaria. Estávamos todos envolvidos com a pesca, no maior silêncio, quando ouvimos um canto suave, melodioso, que nos inebriava. Quando erguemos a vista, ao longe, avistamos uma linda mulher, de olhos azuis, cabelos de graúna, cantando e sorrindo para todos nós. Falei para meus companheiros:
- Colegas, essa linda mulher é a sereia do mar. Vejam que, da cintura para baixo, é peixe. Vamo-nos amarrar ao mastro de nossa nau.
Meus companheiros retrucaram:
- Que tolice é essa, Zeca, sereia não existe!
- Certa vez, colegas, li um livro sobre sereias que dizia: quando estas desejam enamorar um humano, cantam melodias que embevecem a alma de qualquer um. Somem com a criatura para as profundezas do mar. Para nos livrarmos desse encanto, somente nos amarrando ao mastro do barco. Ari, nosso companheiro, não acreditou. Enlevou-se pela beleza e suavidade da voz daquela mulher-peixe e desapareceu para sempre nas águas profundas do mar.
Zacarias, nosso contador de histórias, ainda acrescentou: - na praia, encalharam algumas sereias que estão deixando os homens boquiabertos com tanta beleza, desfilando pela orla marítima.
Corremos todos. Realmente, havia várias sereias de carne e osso. Quando a casa retornamos, Zacarias já havia deglutido a melhor parte da peixada.
Como esse Zacarias é esperto!
O verde mar não estava bravio. A paz reinava naquele oceano, pois o branco das ondas dava o tom de harmonia ali reinante.
Ao longe, na risca, avistavam-se quatro mastros em cujas pontas estavam içadas as brancas velas de algodãozinho, confeccionadas a duas mãos calejadas dos bravos pescadores.
Três jangadas singravam em direção à praia, onde todos aguardávamos ansiosos para comprarmos o peixe do almoço.
A pescaria foi abundante. Havia pargos, cavalas, dentão, guaiúba, até uma moréia, a cobra do mar. Levávamos para casa uma embiricica de peixes.
De repente, Zacarias, nosso contador de histórias, olhou para trás e percebeu que a última embarcação aproximava-se da praia muito vagarosamente. No semblante do contador, um olhar interrogativo. Deixamos nosso companheiro para trás, pois fôramos sorteados para prepararmos a peixada.
Zacarias mirou bem aquela jangada e, pelo seu olhar binocular, percebeu que algo de anormal estava acontecendo dentro daquela pequenina embarcação.
Naquele barco, dos seus tripulantes, que eram quatro, apenas três retornaram à praia, amarrados ao mastro da jangada.
Zeca, um dos quatro, contou a seguinte história a Zacarias:
- Descemos a âncora, a fim de que realizássemos nossa pescaria. Estávamos todos envolvidos com a pesca, no maior silêncio, quando ouvimos um canto suave, melodioso, que nos inebriava. Quando erguemos a vista, ao longe, avistamos uma linda mulher, de olhos azuis, cabelos de graúna, cantando e sorrindo para todos nós. Falei para meus companheiros:
- Colegas, essa linda mulher é a sereia do mar. Vejam que, da cintura para baixo, é peixe. Vamo-nos amarrar ao mastro de nossa nau.
Meus companheiros retrucaram:
- Que tolice é essa, Zeca, sereia não existe!
- Certa vez, colegas, li um livro sobre sereias que dizia: quando estas desejam enamorar um humano, cantam melodias que embevecem a alma de qualquer um. Somem com a criatura para as profundezas do mar. Para nos livrarmos desse encanto, somente nos amarrando ao mastro do barco. Ari, nosso companheiro, não acreditou. Enlevou-se pela beleza e suavidade da voz daquela mulher-peixe e desapareceu para sempre nas águas profundas do mar.
Zacarias, nosso contador de histórias, ainda acrescentou: - na praia, encalharam algumas sereias que estão deixando os homens boquiabertos com tanta beleza, desfilando pela orla marítima.
Corremos todos. Realmente, havia várias sereias de carne e osso. Quando a casa retornamos, Zacarias já havia deglutido a melhor parte da peixada.
Como esse Zacarias é esperto!
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