Número total de visualizações de páginas

domingo, 24 de julho de 2011

O ENGODO





Para que uma jornada de pesca resulte nalgum sucesso devemos precaver-nos com algum conhecimento, como está o mar, as horas das marés, o vento, se vai ou não chover, etc., etc.

É da análise destas variáveis e de algum conhecimento de onde tem saído peixe e as iscas, se são as habituais ou se os nossos amigos andam com apetites esquisitos que vai resultar a nossa escolha do pesqueiro.

Para quem se inicia numa jornada de bóia um pesqueiro de laredos dos que normalmente ladeiam as nossas praias será o ideal. Será bom começar a pescar com a maré ainda vazia e ir pescando até à preia-mar. Uma ondulação de 1,5/2 m será a adequada e devemos procurar as zonas de água esbranquiçada e bem oxigenada para lá colocar as nossas bóias.
Os iscos mais comuns são a sardinha, o camarão, gamba, mexilhão, caranguejo, teagem e o famoso ralo para a Costa Vicentina.

A sardinha para além de um excelente isco é também essencial como engodo. Para esta pesca de laredos então é quase indispensável. A técnica mais eficaz para uma engodagem nos laredos é a do “belisco”, esta técnica tem vindo a ser abandonada pelos pescadores actuais que não querem sujar as mãos mas é das que mais resultados produz.

Basicamente consiste em escamar a sardinha e retirar-lhe a cabeça e a espinha central ficando apenas com os filetes de carne já limpos, estes desfazem-se na mão em pequenos pedaços tipo “bago de milho” fazendo-se pequenas bolinhas que se atiram para pedras onde as ondas vão “lamber”, não se engoda para a água. É muito importante que todo o acto de manusear a sardinha seja feito apenas com as mãos e/ou eventualmente com o recurso a uma pedra. Devem ser evitados os objectos cortantes e a sardinha deve ser gorda.

Não tenham medo de sujar as mãos, até porque a água não falta, engodar desta forma é terrivelmente mais eficaz do que as modernices de baldes e migadores em metal.
A cadência da engodagem também é muito importante, esta deve ser o mais constante possível, não tenham receio de deixar de pescar para passar a engodar, até é bom pois descansa o pesqueiro e deixa os peixinhos mais “à vontade”.
Uma dica, nada de calibrar a bóia perto do anzol, esta deve ser calibrada sempre por baixo da bóia, nada de uma montagem na vertical carregada de chumbo, a isca deve trabalhar como o engodo, ao sabor da aguagem.

Quando ferrar um peixe retire-o rapidamente da água para não assustar os outros, se for um peixe grande que teve que trabalhar mais tempo, depois de retirado da água engode e espere uns 10 minutos antes de voltar a pescar ali. Se possível vá para um pesqueiro perto e volte lá mais tarde.

Tudo isto são pequenos truques que nos vão ajudar a melhorar como pescadores.

Sem comentários:

Enviar um comentário